Eu não consigo enxergar outra maneira de fazer uma empresa crescer de forma sustentável a não ser gerando valor continuado no tempo para os usuários.
Uma estratégia de aquisição de clientes via benefícios como cupons e desconto só irá realmente funcionar se, ao interagir com o seu produto, o usuário perceba valor. Do contrário, no exato momento em que ele descobrir que o seu produto não gera o valor que ele espera, é bem provável que ele te abandone.
Isso significa que, gerar valor é o mínimo e não acho que tem muita discussão sobre esse ponto. Me parece que seja um consenso, até porque o que mais se escuta nas empresas é o famigerado "Precisamos gerar valor para os usuários.", mesmo que muitas empresas até não saibam direito qual valor elas precisam gerar.
A discussão que ainda gera muita frustração e sofrimento nas pessoas de produto é sobre muitas empresas estarem focadas e darem muito valor para um modo de trabalho mais parecido com o modo de trabalho de uma fábrica. Nessas empresas, o que é mais valorizado é a entrega e não necessariamente o resultado.
A grande maioria das pessoas de produto com as quais eu já conversei e mentorei sofrem com modelos assim porque, na cabeça delas, existe pouca autonomia e elas estão só executando o que está sendo decidido pela diretoria. Elas acreditam ser errado ter um modo de trabalho como esse e se sentem impotentes porque acham que poderiam estar tomando melhores decisões para o produto.
Eu concordo em partes.
O mercado está cada vez mais acelerado e predatório, onde já existe tudo de tudo. Se existem ainda muitos segredos ocultos no mundo, como o livro De zero a um nos diz, eles estão muito bem guardados. Por isso, se você não tiver eficiência e timing (ou se você não for a Apple), mesmo que você gere valor continuado no tempo, o seu concorrente pode ser muito mais eficiente que você e conseguir gerar mais valor ainda e num preço muitas vezes menor.
É preciso ser ambidestro
Antes de qualquer coisa, eu vejo que um modo de trabalho onde não temos tempo para fazer pesquisa e entender nosso usuário profundamente e que as decisões são sempre baseadas no feeling, aumenta e muito a nossa chance de estarmos errados na direção da geração de valor.