Mente sã para produtizar

Como o uso do mindfulness auxilia no dia a dia de uma pessoa de produtos …. ou qualquer outra área

Mente sã para produtizar
Photo by Stewart MacLean / Unsplash

Toda pessoa trabalhadora vive ou já viveu dias extremamente estressantes, dias com baixa concentração, com alta cobrança (interna ou externa), preocupado com o que há de vir. Por isso, quero trazer neste texto algo que me faz bem e me ajuda muito trabalhando com produtos digitais.

Diariamente uma pessoa de produtos precisa pensar e trabalhar para descobrir o melhor caminho para seu produto, entender como alcançar as metas, desenhar as estratégias para o futuro, identificar as necessidades dos usuários, acompanhar o roadmap, dar feedback para os stakeholders e por aí vai. Logo, se ver ansioso ou aflito por algo que pode acontecer é comum. Esbarrar em uma dificuldade para entregar determinado resultado é frustrante, cansativo e pode te deixar mais agitado.

UM CASO REAL

Bem, vou contar o meu momento antes de conhecer as técnicas de mindfulness: na época eu cuidava de um produto que estava sendo remodelado para o mercado. Portanto, uma das estratégia traçadas foi ter um cliente beta (daqueles clientes bem importantes) para pilotar o produto. Um dia, recebi uma ligação dizendo que uma pessoa da equipe de desenvolvimento precisava ir para o escritório do cliente acompanhar uns processos deste piloto com onboarding.

Entendi perfeitamente, providenciamos tudo o que esta pessoa precisaria para se deslocar e acompanhar o processo. No dia seguinte a sua ida ao cliente fui perguntar como foi, quais feedback’s o cliente tinha, se foi encontrado algum bug, e para minha surpresa a resposta foi: “não fiz nada o dia todo, fiquei apenas do lado deles, respondi duas perguntas que poderiam ser respondidas em uma ligação e só.”.

Neste momento, um alerta soou na minha cabeça: tem algo de errado que não está certo! Então, fui conversar com um dos stakeholders e informei o ocorrido, dizendo que precisávamos entender o real motivo do cliente querer uma pessoa de desenvolvimento do lado dela para não fazer nada, e não estava proveitoso para ninguém, e ouvi que era assim mesmo e que o cliente gostava. Ai minha sirene mental tocou novamente e, conversa-vai-conversa-vem, descobri que acontecia uma call diariamente entre os stakeholders (negócio) e o cliente, logo, pedi para participar.

Então diariamente, bem cedo, eu participava dessa call, que muitas vezes eram interessantes por trazer insumos do campo e, de forma mais objetiva me ajudar a conectar com as necessidades do produto e o que estávamos buscando para remodelar.

A questão problemática era dizer “Não”

A questão problemática era dizer “Não” ao cliente, e esses “nãos” eram embasados; era “nãos” porque não faz parte da estratégia ou ainda mais importante não é tecnicamente viável (quem conhece o mínimo de tecnologia sabe que temos quase o céu, mas algumas vezes ele tem algum limite). E várias vezes o cliente vinha com a solução pronta, e eu tinha o desafio de entender o problema real.