Transformação Digital. Essa buzzword ficou no mainstream durante muito tempo. Empresas procurando se reinventar com o intuito de virarem “empresas de tecnologia”. Obviamente, chega o momento que a vida real sacode o acampamento hippie e algumas das empresas têm a sensação de que não é só aplicar Agile para que a transformação digital acontecesse. Aliás, só as que sobreviveram à “transformação digital” fake é que podem perceber isso. Há uma grande parte das empresas que não resistiram às mudanças ou ainda estão tentando descobrir o motivo pelo qual a implantação da “Agilidade” não deu certo.
Para aquelas empresas que passaram de fase, chegando de uma forma ou outra em um nível mais avançado no jogo da transformação, descobrem que o Agile faz parte de algo maior chamado “cultura de produtos”. É aí que todos os POs da empresa ganham um banho de loja de nomenclatura, passando a se chamar APM, PAN, GPM, Tech PM, PM Ops... agora as pessoas fazem parte de Squads. A adoção de OKRs se torna oficial.
O Jira vira ponto de encontro do time e todos têm uma conta no Miro. PMs passam a usar Metabase e designers passam a se chamar Product Designers. Discovery é obrigatório. Assim como frases do Marty Cagan adesivadas na parede. Os devs também participam ativamente de todo o processo de discovery, porque agora eles querem entender as dores do usuário. Meetups são organizados e termos como “soluções inovadoras, disruptivas com visão de longo prazo e alinhados com o seu propósito de vida” são largamente usados nas entrevistas.
E novamente, todos erram. Erram pois não sabem o que é uma Cultura de Produtos. Empresas assim acham que basta colocar todos os artefatos em um mesmo lugar que algo mágico vai acontecer. Você já teve a sensação que há um kit padrão para formar e criar uma empresa de Produtos/Tecnologia?