Do 0 à OKRs - Parte 1

Princípios e porquês

Do 0 à OKRs - Parte 1
Photo by Glenn Carstens-Peters / Unsplash

Eu ainda não sei quantas partes essa série sobre OKRs terá, mas aqui, deixo meu conhecimento de quase 10 anos sobre a metodologia. Nessa primeira parte, trago um pouco de história, princípios e, principalmente, qual problema os Objetivos e Key Results resolve.


Os Objetivos e Resultados-chave (Objectives and Key Results - OKRs) não são nada novos. A metodologia OKR foi criada por Andrew Grove, co-fundador da Intel, nos anos 70 e depois popularizada para o mundo por John Doerr a partir de 1999 quando ele apresentou a metodologia para o Google. 

Andrew criou os OKRs com objetivo de resolver alguns problemas organizacionais que a Intel vivia na época, principalmente em ajudar a empresa a gerenciar melhor objetivos e resultados. Ele os projetou como uma evolução dos MBOs (Management by Objectives, ou Gestão por Objetivos em português).

Os MBOs foram desenvolvidos por Peter Drucker nos anos 50 e se concentraram em estabelecer objetivos específicos e mensuráveis para os funcionários. Os funcionários trabalhavam para atingir esses objetivos, que eram definidos pelo gerente, e depois eram avaliados com base no progresso em relação a esses objetivos.

Andrew, entendeu que os MBOs tinham uma série de limitações e que precisaria adaptá-los para a realidade que estava vivendo e o futuro que estava enxergando. 

Uma das principais razões pelas quais os MBOs não deram certo, na opinião dele, era que eles eram muito focados em tarefas e não levavam em consideração os resultados finais que essas tarefas deveriam alcançar. Isso significava que os funcionários muitas vezes se concentravam em realizar tarefas específicas, sem pensar em como essas tarefas se relacionavam com os objetivos mais amplos da empresa.

Além disso, os MBOs eram muitas vezes muito rígidos e não permitiam a flexibilidade necessária para lidar com mudanças no mercado ou na estratégia da empresa. Isso significava que os objetivos muitas vezes se tornavam irrelevantes ou inalcançáveis, o que acabava por minar a motivação e o desempenho das pessoas que lá trabalhavam.

Finalmente, os MBOs muitas vezes não eram bem comunicados ou compreendidos por todos os membros da equipe, o que poderia levar a confusão ou falta de direção.

Não parece exatamente o mesmo cenário que temos hoje, mais de meio século depois? 

Quais problemas os OKRs resolvem?

Quando Andrew criou os OKRs na Intel, seu principal objetivo era ajudar a empresa a se tornar mais eficiente e competitiva no mercado de semicondutores. A Intel estava enfrentando muita concorrência na época, e ele sabia que precisavam encontrar uma maneira de melhorar os processos e inovar mais rapidamente para manter vantagem competitiva.