Série: É possível ser feliz no trabalho? Episódio 2

As 4 características da confiança

Série: É possível ser feliz no trabalho? Episódio 2
Photo by Nick Gordon / Unsplash

A felicidade é um conceito vasto e multifacetado que tem sido objeto de estudo em diversas áreas, incluindo psicologia, filosofia, e economia. No campo do trabalho, cresce a busca por um ambiente onde as pessoas se sintam felizes e trabalhem com bem estar. É responsabilidade das empresas cultivar esses espaços.

Em uma série de artigos, exploraremos diferentes perspectivas sobre a felicidade, abordando, por exemplo, como a comparação social, o julgamento, os tipos de amizade, e a busca por dinheiro e poder influenciam nosso bem-estar.

Baseado em pesquisas acadêmicas, teorias científicas e cases referência, discutiremos não só como as pessoas podem navegar melhor esses aspectos para alcançar uma vida mais satisfatória e feliz, mas principalmente como as empresas, lideranças e RH podem impulsionar estes elementos em suas organizações, as transformando genuinamente em melhores lugares para se trabalhar. O tema de hoje é Confiança.

Confiança no Ambiente de Trabalho: Um Pilar Essencial para a Felicidade

A felicidade no ambiente de trabalho é construída sobre diversos pilares, e um dos mais importantes é a confiança. Sem ela, a coesão e a produtividade do time são comprometidas, afetando diretamente o bem-estar dos colaboradores.

Diferente do que muitos podem pensar à primeira vista, confiança não é um conceito abstrato; ela se materializa através de ações e comportamentos específicos, que podem ser agrupados em quatro características: sinceridade, competência, credibilidade e compromisso.

1ª característica: Sinceridade, a base da Confiança

A sinceridade é o alicerce da confiança. Ela envolve a transparência na comunicação, onde o que é dito entre as partes reflete o que é pensado por cada uma delas. Eu digo que em um processo de comunicação entre duas pessoas, existem 3 conversas acontecendo.

Uma das conversas é entre as duas pessoas e existe também uma conversa para cada um dos interlocutores, com eles mesmos. Eu falo com você (1), enquanto eu falo comigo (2) e você fala com você mesmo (3).

Diferenciamos estas conversas em conversas “públicas” - aquilo que é dito abertamente entre ambos -, e conversas “privadas” - aquela conversa que a gente tem com a nossa própria cabeça enquanto outra pessoa fala, fruto de interpretações, julgamentos e vieses.

Quanto menor a diferença entre aquilo que é pensado e dito, mais sincera podemos considerar a conversa.

Isso também vale para a segurança em admitir limites e verdades menos populares.

Quando líderes e colegas conseguem admitir "não sei" ou "não consigo", ao invés de prometerem o que não podem cumprir, eles fortalecem a confiança. Essa honestidade cria um ambiente onde os colaboradores sentem-se seguros para expressar suas dificuldades, sabendo que isso não será usado contra eles.

2ª característica: Competência, a capacidade de entrega

A confiança também está ligada à competência, que se refere à capacidade de cumprir as promessas feitas. Quando uma equipe demonstra consistentemente que pode entregar resultados, a confiança se solidifica. A competência não é apenas sobre habilidade técnica, mas também sobre a capacidade de reconhecer limites e buscar ajuda quando necessário, mantendo o compromisso com a entrega.

3ª característica: Credibilidade, a soma das promessas cumpridas