Organizando ideias e conectando resultados a entregas com o Impact Mapping

Veja um pouco mais sobre essa técnica e como ela pode te ajudar

Organizando ideias e conectando resultados a entregas com o Impact Mapping
Photo by Patrick Perkins / Unsplash

Uma boa gestão de produto normalmente é inquieta e sempre focada em como gerar impacto positivo nas métricas de negócio, porém o caminho até esse resultado costuma ser longo, incerto, confuso e nem um pouco linear.
É um trabalho que exige muita comunicação, abstração e organização e, em meio a anotações diversas, métricas, demandas, funcionalidades, prazos, responsáveis, etc, o produteiro ou produteira normalmente tem como um grande desafio a clareza nos objetivos e os caminhos percorridos até eles.

Como seu planejamento tático fica claro para seu time e cliente?
Uma maneira simples que encontrei para conectar tudo isso foi usando o Impact Mapping.

O Impact Mapping é uma técnica de mapeamento visual colaborativo para o desenvolvimento de produtos, criada por Gojko Adzic. O objetivo principal é garantir o alinhamento de stakeholders e equipes de desenvolvimento.

Sua representação visual hierárquica facilita o exercício de conectar ideias e a colaboração entre pessoas durante todo processo.

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Impact Mapping Template

Tudo começa pela pergunta principal:

Why?“Por que estamos fazendo isso?”

Esse é o nosso objetivo principal, é o norte de toda a trajetória.
Um objetivo é um problema a ser resolvido ou uma oportunidade e não é uma solução. Quanto mais SMART ele for, mais assertivo é o resultado. Exemplos:

  • Aumentar conversão em 20% no Q2
  • Reduzir gargalo de QA em 50% em 5 sprints
  • Equalizar gender mix de desenvolvedores até o fim do ano com diferença de no máximo 5%
  • 100k MAU (Usuários mensalmente ativos) até o fim do ano
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Exemplo 1

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Exemplo 2

Muitas iniciativas falham não por não terem um único objetivo e, sim, por não terem um objetivo bem definido. Essa pergunta nos ajuda a entender se o objetivo vai resolver o problema, como ela pretende resolver o problema e como vamos medir o sucesso da iniciativa.

Who?“Quem são as pessoas envolvidas?”

Nesta etapa definimos quem são as pessoas que vão gerar impacto no objetivo principal. As pessoas relacionadas aos objetivos podem ser um usuário final, alguém da organização interna ou uma pessoa externa à organização. Ela pode ser também um único indivíduo, uma persona, um cargo ou até mesmo um departamento. Exemplos:

  • Hugo, líder do capítulo de UX
  • Usuários com mais de 2 anos de atividade
  • Gerentes de RH
  • Fornecedores de serviço de limpeza
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Exemplo 1

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Exemplo 2

Algumas iniciativas também falham por não terem um responsável bem definido. Ou, em alguns casos, nenhum responsável.

How?“Que ações e comportamentos as pessoas devem ter para atingir o objetivo?”

Aqui descrevemos como queremos que os atores cheguem ao objetivo. Cada ator alcança o objetivo de maneiras diferentes, concorrentes ou complementares. Exemplos:

  • Convidando amigos pro jogo
  • Qualificando mais mulheres para cargo de desenvolvimento
  • Acelerando o tempo de deploy
  • Realizando vendas sem necessidade de cadastro de cartão de crédito
  • Garantindo maior qualidade de entrega por parte do time dev
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Exemplo 1

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Exemplo 2

Repare que não estamos dizendo o que a pessoa faz na prática, mas como ela alcança o objetivo. É possível que nessa etapa você queira revisitar a etapa anterior ou adicionar novas pessoas.

What?“O que deve ser feito?”

Até aqui foi discutido o objetivo da iniciativa, quem são as pessoas envolvidas e suas ações. Isso nos deu clareza e foco em onde queremos chegar e como, e agora temos insumo suficiente para pensar nos entregáveis. Eles podem ser features, atividades e qualquer coisa que seja executável. Exemplo:

  • Chatbots que mostram as informações mais importantes
  • Envio do código whatsapp
  • Talks semanais com grupos de até 5 pessoas
  • Ler qr code para realizar o pagamento
  • Instalar plugin de automatização
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Exemplo 1

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Exemplo 2

Uma vez completo o mapa, revise todo caminho percorrendo cada etapa e criticando as conexões. Garanta que essas conexões sejam alcançáveis e que o plano esteja claro para todos os envolvidos.

Revise e ajuste sempre que for necessário, questione as conexões, faça melhorias no plano e valide as hipóteses. Garanta que o mapa esteja sempre atualizado.

Se for preciso, evolua os itens entregáveis em história de usuário, job story, JTB, associe a métricas e a qualquer tipo de informação relevante. Enriqueça o mapa com o passar do tempo.

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Usar o Impact Mapping evita que as organizações se percam ao criar produtos, pois com ele podem comunicar claramente as premissas e ajudar as equipes a alinhar suas atividades com os objetivos principais de negócios e a tomar melhores decisões.

Lembre-se que o Impact Mapping é uma sugestão de caminho, não uma promessa. A única promessa aqui é que experimentar sempre faz a gente aprender muito. Experimente e me fale ;)