Dicas que gostaria que alguém tivesse me dado quando trabalhei pela primeira vez no universo Mobile.
O trabalho do profissional de produtos possui uma contradição, pois ao mesmo tempo que somos generalistas o suficiente para lidar com qualquer tipo de produtos, ou seja, se hoje estamos lidando com um produto de dados, de IoT, de IA, de Web e assim por diante, saberemos lidar com as questões chaves para nos adaptarmos, somos também especialistas no negócio em que estamos inseridos, seja ele, InsurTech, FoodTech, EdTech, BaaS, PaaS e assim por diante.
Entretanto, pouco se fala das particularidades que precisamos nos atentar quando mudamos de um contexto grande, por exemplo entre Web e Mobile. Que aliás, ambos, apesar do mercado considerá-los “Produtos”, são conceitualmente “Canais”.
Segundo Kotler e Keller, considerados 2 grandes referências do marketing mundial Canais “são um conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de tornar um Produto ou Serviço disponível para uso ou consumo” (KOTLER & KELLER, 2018). O canal é o meio de acesso ao Produto, ou Serviço, pouquíssimos aplicativos mobile no mercado são por si só um produto, no geral, eles carregam o produto, ou serviço que o cliente quer, ou precisa ter acesso.
Neste caso, vou começar com vocês uma série de artigos dando dicas para diferentes tipos de produtos e canais;
- Mobile - este será o primeiro que falaremos.
- Web
- Dados & IA
- Plataformas & As a Services
- Sustentação
- IoT
Cada um destes produtos, eu já tive o privilégio de trabalhar, e saiba, cada um deles foi extremamente desafiante para conseguir compreender sua complexidade, e conseguir performar.
Desta forma, comecemos com Mobile.
O brasileiro em média, tem pouca memória de celular
Produtos mobile precisam ser instalados no seu dispositivo, até aqui nenhuma novidade, mas o ato de baixar o App faz com que precisemos dispensar um pedaço de memória do celular da pessoa que está baixando-o para conseguir usar.
Atualmente os celulares mais usados no Brasil em 2022 segundo a DeviceAtlas, plataforma que mede o acesso a internet móvel em todo o mundo contava com celulares como o Motorola Moto G6 Play (2,48% do mercado, sendo o 6º celular mais usado do mercado) que tem no máximo 32gb de memória máxima e o Samsung Galaxy J4 (3,1% do mercado, pasme, o 2º celular mais usado do Brasil) Core (que tem no máximo 16gb).
Tem noção do quanto isso é pouco?
Mesmo que as vendas de 2022 ainda mostram que grandes celulares que tem uma memória considerável, como iPhone 11 (1º mais vendido) com 128gb, ainda temos o Galaxy A03 Core (2º mais vendido), que ainda tem 32 gbs. Ou seja, o Brasileiro médio tem dispositivos com pouca memória nativa.
Mobile se resume em audiência
Por conta do raciocínio acima, o que mais você enquanto produteiro de Mobile precisa se preocupar é “por que alguém baixaria meu aplicativo?”. Se as pessoas têm limitações de memórias em seus dispositivos, provavelmente elas baixarão itens que, ou são indispensáveis, ou precisam fazer muito sentido para a realidade delas.