Do front ao back: mudando de produto de interface para produto de plataforma (e por quê isso deveria ser um objetivo de carreira)

Gerenciar um produto de plataforma pode parecer um desafio assustador para PMs acostumados com produtos de interface, mas na verdade é uma oportunidade valiosa de aprendizado. Não subestime a importância e a relevância de gerenciar um produto de plataforma em sua carreira.

Do front ao back: mudando de produto de interface para produto de plataforma (e por quê isso deveria ser um objetivo de carreira)
Photo by Shubham Dhage / Unsplash

Há pouco mais de um ano, migrei de uma carreira em marketing e projetos para a área de produtos. Antes da transição, contudo, já trabalhava com produtos digitais, mas me dedicava a atividades que se aproximavam do escopo de um Product Ops e Product Marketing. Além disso, trabalhei bastante com comunicação e tive algumas experiências com design, de modo que, antes de decidir migrar para produto, considerei fazer a migração para UX/UI.

Com essas vivências, o único caminho que enxergava na migração de carreira era fazer uma transição para produto que tivesse um front-end e fosse de uso direto ao usuário final. E assim foi. Quando fui contratada para uma posição de produto, fui alocada na squad de um E-commerce B2C para uma área de negócio específica, com um time misto composto por desenvolvedores front-end, back-end e designers.

No E-commerce, lidei com vários desafios interessantes relacionados à UX/UI devido às necessidades de conversão e aumento de receita, mas, seis meses depois de iniciar na squad, foi decidido que o produto seria descontinuado devido a questões estratégicas da organização (assunto inclusive para outro texto!). Já vinha conversando com minha líder na época sobre a mudança, mas sem uma definição de como ficaria a minha realocação. Um dia, ela me ligou e perguntou: “Você gostaria de ir para um dos produtos de plataforma da área? O time está crescendo e precisa de mais um Product Manager”.

Resolvi arriscar

Lembro que fiquei pensativa por um tempo. Não imaginava que o produto em questão era uma possibilidade e não sentia que tinha as habilidades necessárias para gerenciá-lo (simplesmente porque não tinha uma tela). Escolhi, contudo, confiar no julgamento da minha líder na época, que via em meu perfil características relevantes para assumir esse tipo de produto, e topei o desafio.

Hoje, depois de pouco mais de um semestre no contexto de um produto de plataforma, olho pra trás e vejo o quanto essa experiência foi relevante para o meu desenvolvimento. Não só aprendi muito em aspectos de gestão e de tecnologia, mas também passei a pensar que gerenciar um produto de plataforma é algo muito válido na carreira de um PM, principalmente os de produtos de interface.