Barquinhos de papel, liderança e demônios

Uma autoanálise a partir do curso da Produtos Incríveis.

Barquinhos de papel, liderança e demônios
Photo by Vidar Nordli-Mathisen / Unsplash

Oie! (:

Sou autora por aqui e hoje vim compartilhar os anseios e traumas de ser líder de pessoas que refleti durante a imersão da Produtos Incríveis com o Bernard Luna e o Rapha Dyxklay! Nesse texto você encontrará muita vulnerabilidade, e eu sinceramente espero que ele possa te ajudar a refletir a sua prática!

Um grande abraço e uma ótima leitura pra te ajudar nesse desafio de mudar vidas!


Durante a trilha no mundo de produtos

Em um final de semana destes fiz uma imersão com a Produtos Incríveis, o que isso significa? Que fiz uma imersão com os incríveis Bernard Luna e Rapha Dyxklay! Só por ai, já é muito! Mas pode ser muito maior do que eu imaginava!

Dia 1, dia de calma e conhecer a galera, certo? KA KA KA! Errado! Dia de uma simples dinâmica de barquinhos (explico melhor mais a frente), que você consegue fazer uma reflexão bizarra do seu eu líder!

Tudo começa amigavelmente com uma apresentação sobre cafés especiais e na volta para a sala uma pulseirinha cintilante em cima das mesas nos esperavam para sermos separados grupos. O Bernard, comentando sobre lideranças e convida todos para viverem uma dinâmica super simples galera! "Vocês estão ai em 10 - 12 pessoas, escolham um líder e me entreguem em 15 minutos de 35 - 40 barquinhos. Os pilares que serão contabilizados: Quantidade, Qualidade e inovação!”

Começa a votação e meu time me escolhe como líder do grupo, somos separadas em uma sala do ladinho, eu e a outra líder do grupo ao lado, para aprender a fazer o barquinhos! (Sonha iludida, era tudo um plano maligno!!!!!!) 3 minutos depois eu e minha concorrente voltamos para a sala para fazer esse grupo produzir! Fiz as contas e pensei, cada um faz 3, vamos montar essa linha de produção e brilhar! TOOOP! TOOOP? NADA TOP!

Durante o momento me deparei com os meus maiores demônios: Gente que não me levava a sério, gente  que não produzia, gente que sabia fazer e fazia o seu e não ajudava mais em nada! (Teve gente que ajudou mas eu tô aqui pra compartilhar o trauma, gente!) E é super engraçado, porque você vai lá e projeta tudo o que você já vivenciou. Suas feridas ficam super expostas nesses 15 minutos que vale algumas semanas de terapia.

Eram 3 personas que eu e a outra líder não tínhamos ciência mas que estavam implantadas nos nossos times, amigas do próprio Lúcifer encarnadas no momento: A perfeccionista, que nada tá bom! A boba da corte, que não leva nada a sério e não te ajuda e a acomodada que produz um total de nenhuma coisa! Junta isso com uma pressão do Bernard no seu ouvido, dizendo que você não está fazendo seu trabalho tão bem assim… receita perfeita pra imposta entrar em ação!

E lá fui eu, tentar fazer o trabalho pelos outros! Focar em ensinar quem não queria aprender! E pior de tudo, eu simplesmente defini que todo mundo ali queria e podia fazer um barquinho! Sem perguntar em nenhum momento quem sabia fazer um barco, quem poderia ajudar a fazer o barco e quem gostaria de ficar mais nos desenhos e gourmetização das coisas. Parece besteira, parece que se eu tivesse 30 minutos para montar minha estratégia eu conseguiria sair com um plano melhor, mas a 5ª série sempre volta meus amigos e eu caí na armadilha de não ver pessoas e simplesmente ‘’recursos’’.

No fim o Bernard perguntou pra gente ‘Como foi o trabalho’, ‘Quem te ajudou?’, ‘Quem não te ajudou?’ e algumas outras coisas! E aí que veio o momento de reflexão que quero compartilhar com vocês, você se conhece como liderança? Você sabe seus limites e limitações? Você está tranquila em não ser perfeita?

BOOM! Várias coisas passaram na minha cabeça durante esse momento!

Percebi que às vezes não dou o feedback certo, que passo a mão na cabeça dos bobos da corte e não consigo não projetar problemas que já aconteceram comigo e esse precisa ser um ponto de atenção muito importante para mim!

Nesse momento me apeguei muito a situação da ACOMODADA que mexeu muito comigo. Ela era uma figura feminina que refletia uma liderada que demorou muito pra me reconhecer como líder, e parece que essa ferida não está tão bem cicatrizada assim. Lembrei dos 1:1 que tentei fazer que não produzimos nada, nenhuma conexão, ou nenhum report feito, e a sensação de liderança medíocre me assombrava. Lembrei das vezes que tentei entender as limitações dela e como poderia ajudar e nunca tive abertura. Um misto de sentimentos!

No fim era um persona, mas era uma persona que espelha uma clareza muito grande sobre como toda percepção é um viés! POIS, NÃO ERA ESSE CASO, durante esses 3 minutos fora o Bernard combinou com algumas pessoas para empregar esse papel, e só percebi como personalizei situações impersonalizaveis! Que para sermos bons líderes precisamos visitar nossos fantasmas do passado e lidar com isso com sinceridade, portanto vulnerabilidade, para que só assim seja possível realmente reconhecer a história dessas pessoas que estão na nossa frente.

Ajudar as pessoas e transformar a vida de quem lideramos através de um ambiente seguro, cheio de aprendizagem e comunitário é o sonho de todo líder! Mas e você? Já acessou seus próprios traumas para não comparar traumas passados com atuais? Não é fácil, mas como líderes e agentes de transformação precisamos ter clareza de quem somos e aonde nos doemos para, só assim, ter clareza de como causar o impacto que queremos!

Bora refletir sobre nossas feridas e nossas leituras de cenários nada parciais? Fica aqui minha partilha para conseguirmos mudar a vida de mais pessoas pra melhor!