12 Métodos para acabar com incertezas em produto — Parte 1

Para você começar hoje mesmo!

12 Métodos para acabar com incertezas em produto — Parte 1
Photo by Robert Ruggiero / Unsplash

Imagine a seguinte situação: você foi contratado(a) para trabalhar em uma startup que recebeu um grande aporte na fase de pré-seed. Existe uma hipótese de negócios estruturada, mas pouco se sabe sobre casos de uso para o produto, tampouco sobre as características e hábitos dos usuários. Para piorar a situação, você não tem designers à disposição para fazer pesquisas, o que você faria nessa situação? 

Como podemos lidar com cenários de extrema incerteza do ponto de vista da compreensão do usuário? Como podemos encontrar respostas possíveis para resultados insatisfatórios como, por exemplo, o crescimento da Churn Rate?

Bom, começar a fazer pesquisas é sempre um bom ponto de partida e é nesse ponto que a gestão de produto encontra suporte na pesquisa de usabilidade, seja pela necessidade de elaborar estratégias de pesquisa junto ao time de design ou mesmo operacionalizar por conta própria a pesquisa em empresas menores. 

Há uns meses atrás eu publiquei um artigo acadêmico como resultado de um estudo de pós-graduação tecnológica na UTFPR, o artigo aborda Machine Learning aplicado a técnicas de usabilidade no Product Discovery (confira aqui); embora o artigo tenha um viés mais técnico, enquanto eu revisava a literatura acadêmica eu pude compilar algumas das principais técnicas de pesquisa em usabilidade, é sobre elas que irei me debruçar aqui. Então vamos lá!

O que é Pesquisa de Usabilidade afinal?

A pesquisa de usabilidade é o estudo do comportamento e da motivação dos usuários, investigando suas necessidades diante de algum contexto específico, essas pesquisas buscam entender como as pessoas usam determinado produto em suas vidas. A pesquisa de usabilidade pode envolver a observação direta de usuários, coleta de feedbacks por meio de questionários ou entrevistas, análise de métricas de desempenho, entre outros métodos.

Uma pesquisa de usabilidade é diferente de uma pesquisa de mercado, que visa descobrir quais são as preferências e desejos do consumidor e envolve informações sobre o mercado alvo, concorrentes, clientes potenciais e existentes, a indústria em geral e as condições econômicas que cercam um negócio (como, por exemplo, pesquisas de opinião, benchmarking, TAM, SAM, SOM, análises SWOT, 5 Forças de Porter, etc). Logo, pesquisas de mercado e de usabilidade têm diferentes propósitos.

No livro User research: a practical guide to designing better products and services, Stephanie Marsh fornece uma classificação dos métodos de pesquisa em usabilidade. Tomarei essa classificação como referência a seguir. 

Pesquisa de Guerrilha 

Se você precisa de um método rápido, flexível e de baixo custo, a pesquisa de guerrilha oferece uma abordagem “apenas faça”. Trata-se de uma experimentação ousada em que se pode abordar pessoas solitárias em cafés e/ou espaços públicos para filmá-los enquanto usam um produto. Pode ser combinado com testes de usabilidade, etnografias curtas, entrevistas contextuais, MVPs do tipo Mágico de Oz e outras.  

  • Vantagens: pesquisas inesperadas tendem a encorajar pessoas a serem mais abertas e honestas 
  • Desvantagens: não apropriado para temas com dados sensíveis, a exemplo da área médica ou finanças.  

Situações em que a Pesquisa de guerrilha é útil: 

  • Novo conceito na indústria
  • O CEO teve uma ideia…
  • Como os usuários realmente usam essa coisa?
  • Temos várias soluções?
  • O que os usuários pensam de X?
  • O que os usuários estão experienciando?
  • Precisamos começar de novo…

O caso da Zappos: talvez você já tenha ouvido falar no MVP da Zappos. Antes de investir massivamente no seu negócio, o fundador Nick Swinmurn realizou uma espécie de pesquisa de guerrilha ao tirar fotos de sapatos em lojas locais, postá-las online e depois comprar os sapatos das lojas físicas para enviar aos clientes que fizessem os pedidos. Essa abordagem rápida e de baixo custo permitiu a ele validar a ideia de que as pessoas estariam dispostas a comprar sapatos pela internet, sem a necessidade de um grande investimento inicial em estoque.

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