O ciclo inicial de uma startup geralmente segue um padrão: encontra uma dor ou necessidade do mercado, válida se essa dor ou necessidade realmente existe (o famoso product market fit) e aí, tendo um produto de alto impacto, começa a escalar.
Esse é um cenário de escala, muitas vezes exponencial, onde você passa de 100 clientes para 1000 em um curto espaço de tempo. O que acontece na maioria das empresas é que elas precisarão tapar o buraco das falhas do produto e dos processos, que em sua grande maioria são manuais, contratando mais e mais gente.
Existem dois problemas em movimentos assim: o primeiro é que você infla a operação e uma hora essa bolha estoura, resultando em demissões, porque ou acaba automatizando a maior parte das ações manuais ou precisa ganhar margem para abrir capital por exemplo (já vi isso acontecer, várias e várias vezes). O segundo é que com esse monte de processos manuais, a chance de errar é muito grande e aí a experiência da jornada do seu cliente com a empresa pode ir por água abaixo.
Aí você deve estar se perguntando: “Mas Pablo, se é fácil de prever que esse tipo de coisa vai acontecer, por que as empresas não se preocupam com produtos internos desde o começo da operação?”
O principal motivo na minha opinião, é que é muito mais rápido escalar com pessoas, mesmo que o processo seja manual e não perfeito, permitindo que a empresa dobre ou triplique a cada ano, resultando na escala rápida da operação.
Vi poucas empresas pensando em produtos internos desde o momento que entenderam que tinham a possibilidade de escalar de fato, o que na minha visão é o momento ideal para justificar o investimento em um time dessa natureza.