A relação de produtos digitais e o Palmeiras de Abel Ferreira

O que aprendi com meu time de futebol sobre liderança.

A relação de produtos digitais e o Palmeiras de Abel Ferreira
Photo by Nguyen Thu Hoai / Unsplash

Líderes tomam decisões. A responsabilidade deles é tomar decisões. Não significa que saibam fazê-las. Não significa, também, que as tomem com convicção. Abel Ferreira, treinador que teve seu nome mais difundido no Brasil nesses últimos três anos, depois da derrota do Palmeiras pelo Boca Juniors, vem sendo criticado por não ter inserido jovens antes em sua estratégia tática que, quando entraram no jogo, mudaram completamente a partida - Kevin (20 anos), Endrick (17 anos), Luís Guilherme (17 anos) e Fabinho (21 anos). No seu anacronismo fútil, é fácil apontar erros e não estabelecer empatia pelo contexto do treinador. É redutor e ridículo criticar suas decisões, que só ele teria as plenas condições de inferir. Se foram boas ou ruins, nós, torcedores, jornalistas e quem quiser, podemos opinar. E, na minha humilde opinião, ele pecou em ser muito convicto e cauteloso em um momento que exigia mudança.

Assisti a quase todos os jogos do Palmeiras na Era Abel, até mesmo os amistosos. Ele, como qualquer líder, resguardava todos os seus jogadores, e muito mais os seus jovens, talvez por excessivo cuidado, que, em uma das entrevistas, disse que eles tinham idade quase equivalente à da sua filha - de 16 anos. E, portanto, próximo ao segundo jogo da semifinal da Libertadores, eu já sabia que ele não mudaria aquele seu time, o mais contido, com dois laterais, um mais postado como ponta direita - Mayke, configuração dada depois da lesão grave do Dudu. Faltou, como vimos, um ataque mais agudo e, principalmente, dribles desconcertantes, que certamente confundiriam o esquema do time oposto, o qual esteve totalmente fechado, esperando um contra-ataque matador. E que aconteceu. Abel tomou uma decisão, e ela estava nítida desde que chegou: teimosia ou convicção, não sei dizer. 

E um líder deve ser convicto das suas ideias, mas não pode, fruto de distrações e inconsequências, não saber mudar, direcionar a rota para um olhar diferente e novo. Isso me faz recordar da frase popular que afirma que time que está ganhando não se mexe. Eu, Enzo, acho equivocado. O maior banco da América Latina, onde trabalho, faz mudanças constantes e, hoje, sei exatamente o valor disso, porque, ao trazer juventude e novas pessoas, porque ao misturar as maturidades e indecisões gera uma impulsividade natural com objetivo num equilíbrio de aprendizado, disciplina e respeito. Times se equilibram sozinhos, e encontram, à medida que caminham, artifícios e argumentos inerentes à sua própria necessidade. Uma hora ou outra, precisam de fôlego, de gente nova. A panelinha se instala, como dizem, e isso traz uma zona de conforto, que não é benéfica.

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