Aprendizagem autodirigida para uma liderança emocionalmente inteligente

As cinco descobertas para aprender a ser um bom líder

Aprendizagem autodirigida para uma liderança emocionalmente inteligente
Photo by Kelly Sikkema / Unsplash

Creio que todos estão constantemente preocupados em identificar quanto os seus perfis e habilidades estão condizente com as necessidades atuais e futuras do mercado de trabalho. Ao ler o relatório do World Economic Forum sobre Jobs of Tomorrow: Mapping Opportuynity in the New Economy dentre muitas habilidades chaves referidas para profissionais de produtos, uma me chama a atenção: liderança.

Esta soft skill tem sido amplamente comentada no cenário atual do covid-19, onde esperamos atitudes virtuosas e precisas de diferentes lideranças, sejam elas em âmbito social ou profissional.

Sabemos que um PO/PM não é chefe, mas ele exerce uma liderança, afinal é responsável por guiar o time para um objetivo comum maximizando o valor do trabalho de todos. E em momentos de crise e de incertezas contamos com lideranças sensatas e com autoridade para ajudar a gerar efeitos positivos presentes e futuros.

No Livro “O poder da inteligência emocional’, os autores decorrem sobre como podemos desenvolver esta habilidade através da aprendizagem autodirigida: aprender ou fortalecer intencionalmente um aspecto da pessoa que somos ou que queremos ser, ou as duas coisas. Este processo envolve cinco descobertas, são elas:

1.       Meu eu ideal: Refletir sobre qual é o eu ideal, aquele que queremos ser ou aprimorar. Para tal, exige um mergulho profundo em nós mesmos para desvendarmos o que queremos ser na vida e no trabalho.

2.       Meu eu real: É descobrirmos quem realmente somos agora, para isto precisamos realizar um inventário de nossos talentos, paixões e falhas. Isto exige alto grau de autoconsciência, é preciso não cair em armadilhas de autoilusão ou em mecanismos de defesa do ego.

3.       Meu programa de aprendizagem: É a elaboração de um plano de ação que forneça orientação minuciosa sobre quais coisas tentar a cada dia ou circunstância.  Este plano precisa ser focado na aprendizagem, é preciso ressaltar aquilo que queremos nos tornar e não a ideia que os outros fazem do que deveríamos ser ou o padrão de sucesso arbitrário, é nos levar a estabelecer nossos próprios padrões.

4.       Fazer experimentos: As lições de liderança são aprendidas cedo através da observação de outros líderes, como: pais, professores, treinadores e sacerdotes. E por fim, colocamos em prática de forma nem sempre intencional. Sendo assim, quando identificamos algo que precisa ser alterado ou reforçado é preciso experimentar e praticar muito. Quanto mais trabalhamos uma sequência comportamental, mais forte ficam os circuitos cerebrais subjacentes. Assim, as pessoas literalmente religam o cérebro.

5.       Desenvolver relações: Esta descoberta poderá ocorrer em qualquer momento do processo, e apesar de ser uma aprendizagem autodirigida, ter o envolvimento de outras pessoas é importante, pois elas nos ajudam a identificar ou encontrar nosso eu ideal, nossos pontos fortes e nossa deficiências, além de nos darem contexto para experimentar e praticar.

O objetivo de cada uma dessas descobertas, que não necessariamente ocorrem de forma ordenada e cadenciada, é utilizá-las como uma ferramenta para realizar as mudanças necessárias para se tornar um líder inteligente emocionalmente em relação às dezoito aptidões de liderança emocional, listadas abaixo:

Autoconsciência

  • Autoconsciência emocional
  • Autoavaliação correta
  • Autoconfiança

Autogestão

  • Autocontrole emocional
  • Transparência
  • Adaptabilidade
  • Empreendedorismo
  • Iniciativa
  • Otimismo

Consciência Social

  • Empatia
  • Consciência organizacional
  • Serviço

Gestão de Relacionamento

  • Liderança inspiradora
  • Influência
  • Desenvolvimento dos outros
  • Estímulo a mudanças
  • Administração de conflitos
  • Trabalho em equipe e colaboração

Mudar hábitos é trabalhoso, pois temos décadas de aprendizagem que residem em circuitos neurais altamente reforçados e construídos em anos de repetição desses hábitos, contudo é possível mudar, mas para que estas mudanças sejam perenes exigem de nós forte dedicação e um bom plano.

Este plano precisa ser realista e factível, portanto ter consciência plena sobre você, sua vida, seu momento e o tempo disponível para se dedicar lhe ajudará a conduzir um plano destinado ao sucesso e lhe orientará sobre seus pontos fortes que precisam ser reforçados, sobre o quão viável é cada item e flexível ele está a sua realidade.

Lembrando que o processo de aprendizagem e crescimento dura a vida toda, é um ciclo que se renova conforme mudamos e nosso eu ideal é adaptado para refletir nossas novas necessidades e expectativas de vida e trabalho.

Referências: