A nova rede social do Meta já acumula mais de 100 milhões de usuários e uma ameaça de briga judicial do Twitter. Entenda o sucesso do Threads e todas as polêmicas em torno do lançamento.
A disputa entre Zuckerberg e Musk ganha um novo capítulo: o Meta lançou o concorrente do Twitter, o Threads. O aplicativo atingiu a marca de 100 milhões de usuários (metade do volume de atuais usuários do Twitter, que está no mercado há 17 anos) em apenas cinco dias e já é o maior lançamento da história dos aplicativos.
Desde o lançamento do Threads, algumas polêmicas surgiram, como a ameaça do Twitter de processar o Meta, acusações de roubo de segredos comerciais e contratações de ex-funcionários do Twitter pelo Meta.
Continue com a gente para entender tudo o que rolou no lançamento do Threads, qual o cenário da possível briga judicial e como o Threads pode acelerar movimentos novos no mercado tecnológico.
Entenda o lançamento do Threads
No último dia 10 de julho, o Meta lançou o Threads em mais de 100 países, incluindo o Brasil. Trata-se de um aplicativo de compartilhamento de textos de até 500 caracteres e que podem ser acompanhados de mídias, como fotos e vídeos curtos.
O buzz do lançamento do aplicativo foi tão grande que superou a marca histórica da última grande novidade tecnológica que balançou o mundo: o ChatGPT. O chatbot demorou dois meses para atingir a marca alcançada pelo Threads em poucos dias, de 100 milhões de usuários.
Além da movimentação causada pela rixa entre os donos das empresas Meta e Twitter, que pode ter alavancado ainda mais a curiosidade pelo novo app, existe outro impulsionador relevante: o Thread é integrado ao Instagram, criando uma jornada conectada para o usuário.
A integração já começa na criação da conta: para fazê-lo, é preciso ter um perfil no Instagram. Sem uma conta no Instagram, não é possível utilizar o Threads.
Dessa forma, há pontos positivos e pontos de conflito:
- um ponto interessante é que você pode seguir, no Threads, todas as pessoas que já segue no Instagram com um clique. Da mesma forma, os perfis bloqueados na sua conta do Instagram também serão bloqueados no novo app;
- um ponto que pode gerar desgaste ao usuário é que, ao excluir a conta no Threads, a conta do Instagram será excluída também;
- o mesmo nome da conta do Instagram será levado para a conta no Threads. Só é possível alterar o nome de usuário via Instagram e o espelhamento será feito na outra rede. Esse vínculo pode ser útil, na medida em que o usuário é facilmente encontrado se tem o mesmo “arroba” nas duas redes.
Segundo anúncio oficial do Meta, a proposta é que, em breve, o Threads seja uma rede social aberta e descentralizada, ou seja, que possa ser integrada a outros aplicativos. A rede social será compatível com o ActivityPub e estará de acordo com os protocolos exigidos pelo World Wide Web Consortium (W3C).
Com isso, o conteúdo postado no app poderá ser visualizado em outras plataformas sem que esforços adicionais sejam necessários para atingir mais pessoas ou para navegar entre diferentes aplicativos. O modelo descentralizado ainda é pouco difundido no Brasil.
Assim como no Instagram, o usuário pode curtir, compartilhar e comentar as postagens bem como restringir perfis ou denunciá-los. Isto é, todas as funções que o público já está acostumado no Instagram com a experiência já trazida pelo Twitter em relação ao compartilhamento de textos curtos.
Algumas semelhanças entre as redes sociais fizeram com que o Twitter enviasse uma carta oficial ao Meta, colocando a possibilidade de um processo judicial pelo uso de segredos comerciais para a criação da nova rede social.
Threads x Twitter: entenda a briga judicial
Antes mesmo do lançamento do Threads, a iminência de uma briga judicial já tinha se formado. No dia 05 de julho, o Twitter enviou uma carta ao Meta compartilhando a preocupação com a apropriação e uso indevido de segredos comerciais e de outras propriedades intelectuais.
Nessa mesma carta, assinada por Alex Spiro, advogado do Twitter, é trazida a questão de que ex-funcionários do Twitter foram contratados pelo Meta e que saberiam de informações confidenciais. Além disso, Spiro alega que essas pessoas teriam posse ilegal de documentos e aparelhos eletrônicos da empresa do pássaro azul.
Sem dizer se já há, de fato, algum processo em andamento, o advogado afirma que o Twitter fará valer os direitos de sua propriedade intelectual e solicita que o Meta pare de usar seus segredos comerciais e outras informações sigilosas.
Por último, a proibição de coleta de dados do Twitter e de seus usuários é colocada à mesa: isso não pode acontecer a não ser que esteja de acordo com as diretrizes dos termos de uso da plataforma.
Em resposta às acusações, Andy Stone, porta-voz do Meta, se manifestou no Thread e afirmou que “ninguém da equipe de engenharia do Threads é ex-funcionário do Twitter”. Enquanto isso, Elon Musk postou no Twitter que “a concorrência é aceitável, a trapaça não”.
Para saber se haverá mesmo uma briga judicial envolvendo Twitter x Meta, teremos que acompanhar os desdobramentos da história. Vale lembrar que, recentemente, Musk ameaçou entrar com processo contra a Microsoft por uso inadequado de dados do Twitter.