Gostaria de começar este artigo com uma pergunta central que persiste em nossas mentes: por que a galinha atravessou a estrada?
Brincadeira! Mas, falando sério: por que eu não conheci o livro do Ash Maurya antes? Por que não conheci seus conceitos quando estava começando? Por que somos tão prepotentes quanto jovens? Ah, tantos "porquês"...
Ao longo da minha jornada empreendedora, minha primeira empresa oficial foi uma marca chamada Fiction Camisetas, surgida durante a faculdade. Um dos meus sócios estudava administração e, junto com alguns colegas, iniciou um projeto para a incubadora de empresas da universidade.
A ideia era criar um provador de roupas virtual, no boom da realidade aumentada lá por 2011. Fui contratada como freelancer para ilustrar as estampas (sim, também sou ilustradora!). Mas, no fim, todos abandonaram o projeto, exceto meu sócio, que me convidou para entrar na sociedade, já que não tinha mais grana para pagar pelo meu trabalho. E eu, lógico, topei (risos).
Apesar do entusiasmo inicial, decidimos fechar a Fiction Camisetas porque não conseguíamos competir com grandes concorrentes de outras regiões e com os fornecedores que tínhamos em Natal/RN.
Isso não nos desmotivou. Nossa segunda empresa foi uma consultoria para ajudar outras empresas a criarem suas próprias grifes de camisetas estampadas. Afinal, agora sabíamos o que não fazer (risos).
No entanto, uma parceria com uma Game House foi um desastre total. Ambas as empresas estavam mal das pernas e o processo de encerrar o CNPJ levou mais tempo do que operamos a empresa. Nem sequer fabricamos uma única camiseta!
Depois disso, voltamos ao mercado em busca de mais experiência. Em 2014, começamos a trabalhar em uma agência de publicidade. Se você já trabalhou em agência, sabe o quão caótica pode ser a rotina. Foi então que decidimos criar um sistema para nos ajudar a lidar com o caos. Vimos um potencial enorme e fundamos a AutoForce, que hoje, com oito anos de atuação, detém quase 20% do share nacional no setor automotivo.
E por que estou contando isso a vocês? Porque, há não muito tempo, criar uma nova empresa era feito na base da tentativa e erro. A concorrência era menor e isso nos permitia ouvir nossa prepotência por mais tempo.
Lendo os capítulos 2 e 3 do livro do Ash Maurya, muitos filmes passaram pela minha cabeça, sobre como fazíamos as coisas – ou como não fazíamos. Pensei: "Meu Deus, a gente realmente fez isso? Agora faz sentido porque não deu certo!"
Tem sido uma experiência surreal. Há muito tempo eu não me sentia tão estimulada e empolgada. Cara, como é bom aprender, né?!
Onde Estou Agora?
Como prometido no artigo anterior, foquei essa semana na construção do Quadro Lean para o projeto Produto XYZ. No artigo anterior, discutimos sobre o problema que eu gostaria de resolver, baseado em algumas pesquisas do DataSebrae. Se você não leu, o Quadro Lean é uma adaptação do Business Model Canvas, proposta por Ash Maurya.
A ideia central do Quadro Lean é simplificar o processo de planejar um negócio, focando no que realmente importa: o problema a ser resolvido e a tração do cliente. Ao contrário de modelos tradicionais, ele nos incentiva a trabalhar com incertezas e a priorizar as partes mais arriscadas do negócio.
A imagem abaixo mostra o Quadro Lean do Produto XYZ: