O que o Boxe me ensinou sobre gestão de Produtos?

“O boxe é o golpe certo, na hora certa”, como disse Whinderson Nunes. Será que gerir Produtos Digitais também?

O que o Boxe me ensinou sobre gestão de Produtos?
Photo by Ivana Cajina / Unsplash

Em seu recente show “Isso não é um culto”, Whindersson Nunes disse uma frase que ficou na minha mente: “O boxe é o golpe certo, na hora certa”. Não apenas pela profundidade enigmática que esta frase representa, por si, mas sobretudo porque assisti ao espetáculo na Netflix após ter começado a praticar a nobre arte, no final de janeiro deste ano.

A ideia deste artigo não é ser um fim em si mesmo, muito menos quero dar dicas clichês sobre a importância da prática de uma atividade física. Este artigo é uma reflexão fundamentada e gestada há alguns meses e, acima de tudo, uma analogia das semelhanças entre esta arte marcial e o dia a dia da pessoa de Produtos e como essas reflexões me ajudaram a passar por alguns momentos-chave na minha recente carreira na área de gestão de Produtos.

Como costuma dizer o comentarista do canal Combate, Rhoodes Lima: “calce suas luvas, coloque seu protetor bucal, e vamos nessa!”

Domine o básico, depois siga para as combinações

O boxe é tido como uma das artes marciais mais simples. Afinal, são apenas cinco golpes possíveis: o jab; o direto; os cruzados; os ganchos; e os uppercuts.

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Entretanto, cada um desses golpes possui uma técnica própria que vai além dos punhos, mas envolve braços, ombros, cintura escapular, quadril e pernas. Ou seja, envolve todo o corpo. Além disso, não basta saber os golpes (ataques) é preciso combinar eles com uma defesa sólida (seja ela uma guarda/bloqueio ou esquiva).

Muitas pessoas, ao começar no boxe, acham que por conhecerem os golpes, já esgotaram todo o conhecimento sobre a nobre arte. Da mesma forma que pessoas de produto que dominam um ou alguns frameworks ou até os princípios da área acreditam que esgotaram o conhecimento necessário para atuar. É aqui onde “separamos os homens dos meninos”, parafraseando mais uma vez o Rhoodes.

Uma coisa é conhecer a teoria, outra é aplicar na prática.

Lembro-me da primeira vez que fiz um sparring (simulação de combate) e parece que minha cabeça deu um branco (entrou em tela azul, para ficarmos numa analogia mais tech) e eu simplesmente não conseguia executar nenhum dos golpes, só ficava fechado na guarda. Por quê? Eu sabia a teoria, mas não estava sabendo encaixar os golpes na prática.

O mesmo vale para frameworks e ferramentas em geral. Você pode ter o curso XPTO e a certificação ZWP Master num sei das quantas, se você não souber – quando se deparar com uma situação real – aplicar a melhor saída para entender um problema ou entregar a melhor solução. Bom, você vai tomar um nocaute (knockout).

Quando pegamos um tema específico da gestão de produtos que é o uso de métodos ágeis, por exemplo, fica ainda melhor a analogia. Afinal, eu nunca vi uma empresa (das que trabalhei ou conversei sobre) que aplicam um framework puro. Normalmente são combinações de vários métodos, frameworks, princípios e ferramentas que foram uma forma única de retroalimentar, organizar, gerir e compartilhar o que precisa ser feito de forma transparente, íntegra, segura e inovadora.

Se não sabe para onde ir, comece com um jab