O que aprendi procurando meu próximo emprego como Product Manager após um layoff

Como aplicar conhecimentos de produto na sua busca por uma nova oportunidade

O que aprendi procurando meu próximo emprego como Product Manager após um layoff
Photo by Gabriella Clare Marino / Unsplash

Umas das palavras que está na moda no Linkedin e no mundo corporativo nos últimos meses é “Layoff”, que nada mais é do que uma ação tomada por empresas em momentos de crise e contenção de gastos para minimizar a perda de receita. Uma demissão “em massa” de um número considerável do quadro de colaboradores de uma vez.

A onda tem atingido principalmente empresas de tecnologia, inclusive as “big techs”, como Amazon, Meta e Twitter. Mercado este que até então estava em pleno crescimento, numa bolha de altos salários e disputa por talentos.

Não temos números oficiais consolidados de empresas e colaboradores impactados, mas se você tem usado o Linkedin, deve ter visto pelo menos uma vez por dia uma nova publicação a respeito do assunto.

Eu sou uma das várias profissionais impactadas por essa onda e posso afirmar: não é legal. O sentimento de “o que eu fiz de errado?” vem muito forte no início. Mas passado o choque inicial, o tempo não para, todos temos contas para pagar e uma carreira para seguir. Por isso, vim aqui compartilhar o que tenho aprendido na minha busca de um próximo emprego como Product Manager.

A volta para o Mercado: analisando o contexto

Um dos primeiros pensamentos que tive quando soube da demissão foi: "Puts, timing horrível pra conseguir um novo emprego". E entre os pontos que me levaram para esse pensamentos podemos destacar alguns, como:

  • Fim de ano;
  • Copa do mundo;
  • Recessão na economia mundial;
  • Layoffs diários.

E temos que levar todo esse contexto em consideração, sim. E apesar disso, quando comecei a busca por novas vagas, encontrei pontos um pouco mais positivos:

  • Mesmo com o recente número de layoffs, o mercado de tecnologia continua mais aquecido que o restante;
  • Muitas empresas têm como meta o crescimento em 2023 (sabendo que será um ano difícil!).

A lição que tiro daqui é a importância de analisar o contexto. O macro, quando falamos de economia, e também o micro, falando de uma área especificamente. Isso foi crucial para traçar minha estratégia.

Retrospectiva de carreira: entendimento das minhas entregas e das minhas hard e soft skills enquanto PM

O próximo passo foi fazer uma retrospectiva da minha carreira. Sim! A gente faz para cada sprint, não iria fazer da minha carreira? Passei por cada entrega que participei e fiz as conexões com o objetivo/problema que ela tinha na época e qual foi a minha participação nela.

Entendi que eu impactei o negócio através de produto, que trouxe conhecimento, que descobri comportamentos. Em muitas delas, eu só consegui perceber essas coisas agora, com um pouquinho mais de experiência como PM e em fazer esse “caminho contrário” de produto. Vendo a entrega e percebendo valor.

O mercado ainda não está maduro em relação às funções de um PM: a importância de ter claro o que você entende sobre seu papel e escopo profissional

O papel de Product Manager ainda é relativamente recente no Brasil. Por isso as descrições de vagas podem conter funções que divergem bastante de uma para a outra: em algumas o PM é responsável por solucionar problemas, fazer descobertas e propor soluções; em outras, ele acompanha o desenvolvimento de projetos/iniciativas da empresa e alinha com todos os envolvidos; vi ainda outras onde ele lidera pessoas.

Toda essa divergência de descrições (e nomes! pois, você pode encontrar como Product Manager, Owner, Project Manager, etc), pode causar muita confusão. Por isso foi muito importante para mim listar o que eu entendo como Product Manager.Que papel é esse baseado no que estudei, no que li de referências, do que vi nas minhas experiências e o que tento desenvolver nas minhas habilidades. Acredito que isso vá me ajudar a não me frustrar num possível emprego que não condiz com o que acredito no desenvolvimento de produtos digitais.

Priorização

Além do meu papel, percebi que ainda seria necessário entender o que é inegociável para mim, para poder priorizar as candidaturas que tivessem fit com as coisas que eu também quero.

Acredito que esses pontos sejam muito pessoais e que possam variar imensamente de pessoa para pessoa, levando em conta pontos como senioridade, salário, cultura da empresa, liderança, tipo de empresa, ramo específico… Enfim, são inúmeros detalhes e eles são, de verdade, muito pessoais.

Conclusão

Não é, e nem deve ser, uma tarefa rápida pensar sobre tudo isso. Olhar para si mesmo, para a sua jornada e conseguir identificar os pontos importantes e sua relação com eles pode ser difícil, mas é extremamente necessário para que você aplique para boas vagas.

Tudo isso que refleti e trouxe neste artigo pode ajudar a minimizar os riscos de participar de inúmeros processos seletivos (nós sabemos quão mentalmente exaustivo é), que não possuem match com você e suas habilidades.
É fazer um Discovery do que vem profissionalmente a seguir, e é assim que nós produteiros fazemos ;)