O pensamento de produtos e porque isso importa

Uma habilidade que precede a técnica que a função exige

O pensamento de produtos e porque isso importa
Photo by Alvaro Reyes / Unsplash

Esse texto foi originalmente escrito pelo expert da Tera Murylo Schulttais.

Pessoas de produto são curiosas por natureza e gostam de saber os porquês do mundo em sua volta. Por isso o senso de produto se desenvolve e é treinado como uma habilidade de entender o que torna produtos digitais excelentes.

Essa habilidade precede a técnica que a função exige, e, com isso, devemos direcionar nosso olhar para o que é mais relevante, entendendo a importância da escuta ativa e diferenciais reais que permeiam todo o ciclo de vida do produto. Isso se dá porque, dentre todas as funções para as quais profissionais de produto são contratados nas empresas, a mais importante é evitar que os produtos desenvolvidos falhem, entregando o que as pessoas não querem ou precisam.


O Tera Festival acaba de começar e você pode ter acesso a cursos gratuitos na área de produto, dados, programação e design. Essa é a oportunidade para você se desenvolver, mudar de carreira e aprender com os melhores experts do mercado!

Nos dias 13, 14 e 15 de março você já poderá aprender sobre Product Management com o expert Murylo Schulttais (Group Product Manager Sênior no iFood).

Além do curso do Murylo, a Tera criou um line-up completo com mais três cursos gratuitos.
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Dentre os pontos mais importantes, alguns se destacam para um pensamento de produtos estruturados, sendo estes:

 1. Amar o problema e não sua solução;
 2. Pensar em produtos completos e não em funcionalidades;
 3. Ser específico e agnóstico sobre crenças limitantes.

Essa habilidade, acompanhada de seu pensamento estruturado, gera valor tanto para os negócios quanto para os profissionais da área.

Para os negócios, têm a capacidade de auxiliar no recrutamento, trazendo profissionais capazes de enxergar e desenvolver melhores estratégias, focando em resolução de problemas reais para usuários e necessidades do negócio, com foco em objetivos específicos de curto-médio-longo prazo e liderando times multidisciplinares pelo contexto.

Para os profissionais, ajuda a gerar estrutura de trabalho que permite conectar a estratégia com entregas, sem perder o foco dos reais objetivos, aumentando sua capacidade de simplificação e comunicação para assuntos complexos e ambíguos. Além disso, traz maior empatia para com seus usuários, ajudando na tomada de decisões e elaborando soluções com maior criatividade e escala.

Ao longo de todas as organizações que buscam crescimento dos seus negócios através de produtos digitais (product-led growth), criando algo novo e valioso como forma de se destacar em mercados competitivos, deveriam existir pessoas com Product Sense. Essa é a melhor forma de reduzir gostos pessoais e ter real curiosidade sobre os motivos de seus produtos funcionarem ou não.

Essa habilidade pode ser fomentada para diferentes áreas e de diferentes formas. Alguns exemplos podem ser:

  • Design: o contato direto com usuários, ideações e experimentações, críticas de design e feedback constante;
  • Tecnologia: o planejamento do produto, interações do produto, insights gerados por métricas e exposição a falhas e sucessos;
  • Negócios: a análise do comportamento desse negócio, as movimentações do mercado, sua concorrência, market-share e posicionamento.

É importante que, dado esse contexto, fique evidente que Product Sense sendo uma habilidade, pode ser treinada e com isso melhorada. Como Scott Adams diz em seu livro “How to fail at almost everything and still win big”, precisamos desenvolver sistemas que, com prática regular, se tornem hábitos de sucesso no longo prazo.

Para o Lead Expert da Tera e PM Sr. no iFood, Murylo Schulltais, há uma estrutura padrão. Ao longo de sua carreira, desenvolveu habilidades consideradas essenciais para ajudar a lidar com mercados complexos e suas ambiguidades, as exemplificando a seguir:

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Tudo começa pelo usuário, busque entender qual é o problema para se resolver e observe a relação das pessoas com esse problema. Ao mesmo tempo, defina para qual segmento desse público resolverei a dificuldade e porquê.

Em sequência, observe o possível trabalho a ser feito, definindo os principais motivos dessa ação e qual a minha visão sobre esse produto. Com isso, declare como fará o trabalho e quais são as intenções através dele.

Por fim, antes que seja iniciado qualquer desenvolvimento de software, defina os objetivos a serem alcançados dentro do período de tempo disponível, além de quais recursos serão necessários para o mesmo.

Dada a prática dessa habilidade, somada a estrutura, o exercício constante de testes e avaliações de resultados é direcionado e, com isso, permite às organizações e profissionais atingirem seus resultados com maior eficiência.