Bom, vocês já sabem né?! Eu gosto muito de relacionar coisas e olhar para elas com um olhar diferente, tentando entender como eu consigo mesclar minhas paixões e utilizar conceitos de umas nas outras.
Para quem não sabe eu sou produteiro faz mais ou menos 3 anos e desde que entrei na área me apaixonei. Já trabalhei em várias startups e com diversos tipos de produtos diferentes. De gigantes do mercado, até pequenas estruturas se iniciaram para abalar seus respectivos mercados. De áreas completamente formadas e estruturadas até ser o único de produto da empresa. Fato é que eu amo isso e pretendo seguir nesse caminho por mais algum tempo. E como comentei acima, comecei a pensar em como eu relaciono essa paixão com as outras que também já tinha.
Uma das formas que encontrei, é estar aqui, isso mesmo aqui, falando ou escrevendo para você. Desta forma, eu consigo falar sobre o produto que eu amo, e consigo escrever, que eu também gostei e venho voltando à prática nos últimos meses.
Mas nesse artigo, trago um desafio: escrever sobre como uma paixão se relaciona com algo que eu não gosto. Sim, e se você leu o título, deve pensar que sou um amante das corridas. Pelo contrário.
Já vou explicar como a corrida entrou na minha vida. Mas antes deixa só eu te contar, não é que eu odeie correr, eu só não sou apaixonado como a maioria das pessoas. Eu entendo essa paixão, e parte do processo de começar a correr veio de buscar entender os motivos das pessoas serem apaixonadas por isso.
Minha história com a corrida é antiga, começou na época da faculdade em 2016 e a verdade é que mesmo tendo um “bodytrainer” e tendo a infraestrutura necessária que a universidade fornecia não consegui engatar. Ao longo dos anos vim tentando e tentando, durante a pandemia busquei correr quase todos os dias, e apenas uma pergunta não saia da minha cabeça: “como as pessoas podem gostar disso?”
Pois bem, o ano de 2023 começou e eu tinha acabado de passar por um layoff. Estava desempregado fazia alguns meses e as contas estavam apertando. Porém, eu via que estava muito estressado com a rotina de procurar emprego, fazer entrevistas e receber feedbacks, além de ter um filho pequeno em casa e passar por todo processo de desmame, várias noites sem dormir e etc. Então pensei comigo “preciso aliviar esse estresse de alguma forma” e a corrida voltou na minha mente, pois era o único esporte que eu poderia praticar sem precisar de nada, só por um tênis no pé e começar a correr.
E lá fui eu, mas voltando a falar do produto eu meio que estabeleci meus OKRs, minhas metas de cada 3 meses. A ideia era correr pelo menos 3 vezes na semana todas as semanas do ano. Com isso meu MVP seria fazer 5 km (coisa que eu nunca tinha conseguido fazer) e as próximas metas seriam 10, 15 e 21 km.
Então saindo do zero, meu objetivo era finalizar o ano correndo meia maratona. Criei um roadmap de que a cada quarter (3 meses) eu deveria dar um salto nessa distância e passar para o próximo objetivo.
Eu estava muito motivado e comecei inclusive a gravar esses treinos e esse processo e documentá-lo nas minhas redes sociais (caso você tenha interesse em acompanhar, meu Instagram é @tiago_lilli.
Os primeiros três meses de mvp foram uma beleza, fiz um “discovery” pesquisando planilhas de treinos e tentando entender a quantidade de km que eu deveria correr por dia e por semana para preparar meu corpo para chegar nos meus objetivos.
Meu planejamento foi, o primeiro mês inteiro de caminhadas, pro corpo ir se acostumando com a distância e entender que ele deveria voltar a se movimentar e os dois próximos meses foram de corrida. Trabalho duro e intenso, mas em abril de 23 consegui bater minha meta e fiz meus tão sonhados 5 km. Feliz demais com meus resultados, era hora de seguir o planejamento e ir para o próximo desafio.
Discovery novamente buscando treinos e planilhas até entender que o primeiro treino para 10 km seria correr 7km. Coisa que eu não fazia ideia de como conseguir, pois os 5 já tinham sido sofridos demais. Então resolvi voltar pro básico, eu tomei a decisão de refazer todo o treino necessário para correr 5km e depois fazer o de 10 para ganhar mais condicionamento físico.
E aqui começaram os desafios e problemas. Eu consegui um emprego, que me pagava as contas agora mas me obrigava e me obriga até hoje a ir duas vezes por semana ao escritório. E com isso a rotina de treinos passou a ficar comprometida. Fora que refazer um desafio que você já conquistou, mais me desanimou do que motivou a continuar, então somando as duas coisas os treinos passaram a falhar.
Para ajudar, esse ano eu peguei covid, junto de minha esposa e filho, o que nos tomou longas 3 semanas de agosto. Então com treinos comprometidos e o time doente, obviamente os prazos deixaram de ser seguidos e tudo começou a atrasar.
Fora que, correr 10 km pode parecer fácil para uns, mas é um desafio enorme para quem está começando do zero. E sigo nesse desafio até hoje. Nunca consegui correr esses 10… Mas não desisti não, esse final de semana corri uma prova de 7.5 km e me senti muito bem, senti que dá para ir mais longe. Mas preciso repriorizar algumas coisas e mudar minha estratégia.
O sonho de correr meia maratona esse ano, já ficou pro ano que vem, assim como os 15 km também ficaram, mas foi graças a todo esse tempo persistindo o sonho dos 10, que percebi que agora não é só simplesmente “correr”. Se eu quiser ir mais longe vou precisar de ferramentas melhores para conquistar meus objetivos.
Tênis de corrida de fato, condicionamento físico com uma academia ou personal e principalmente buscar entender sobre correr. Postura, passada, pisada, gasto e conservação de energia e principalmente respiração e alimentação. Esses são meus backlogs para o ano que vem!
Eu ainda não desisti dos 10, nem dos 15 e menos ainda dos 21. Só estou mudando a estratégia e as formas como eu encaro esses desafios para tentar vencê-los de uma maneira mais prática e menos dolorida. Por que o básico de você criar um produto é isso, entender onde está acertando e errando e buscar continuamente melhorar para que seus objetivos finais venham de alguma maneira. No caso de Produto, a gente tem um prazo, uma deadline, mas na corrida não, minha deadline é minha vida, e seguirei tentando enquanto isso fizer sentido para mim. Eu não amo correr, mas sei que é necessário para minha saúde: mental e física. Por isso continuo, todos os dias.